O emprego de palavras em sentido figurado, por efeito de comparação ou
analogia mental, conceituado como metáfora, é também uma linguagem
jornalística. São “modos diferentes de expressões que transmitem o mesmo
significado numa frase”.
No contexto da semiótica, a “metáfora é um signo simples a partir do
qual, pelo estudo sintético, pode dar origem a signos complexos, pela
associação com outras manifestações linguísticas. Possibilita estudá-los, tanto
os visuais como aqueles relacionados com a linguagem”.
Usada diariamente nos relacionamentos humanos, mesmo se desconhecendo o
conjunto do conteúdo da semiose, as metáforas fazem parte do cotidiano. Com
freqüência se fala da “mão de Deus”, do “braço do rio” e do “cabelo de milho”;
em todos os níveis culturais as palavras de sentido figurado, de um modo
corriqueiro, são usadas com naturalidade.
Todavia, no “crepúsculo da vida”, são mais expressivas. As sociedades
orientais valorizam mais que as ocidentais o idoso que transmite a “luz do
conhecimento”, composta pela soma das “primaveras da existência humana”.
Proveniente do Tibet, no “topo do mundo”, Dalai Lama, juntamente Sathya Sai
Baba na India, são exemplos de personalidades orientais diferenciadas e
reverenciadas.
As metáforas têm um sentido intelectualizado em conceituadas exposições
jornalísticas que trazem um sabor crítico de comparações aos desproporcionais
abusos do poder: nos afortunados políticos da “ilha da fantasia brasiliense”;
na saúde privilegiada das classes favorecidas em relação ao “matadouro do SUS”;
nas distribuições populistas governamentais dos “cartões vale tudo”; nas
prioridades de “fundo de quintal”ao invés da valorização de suportes de
infraestrutura nacional; na “tropa de analfabetos” que são aprovados no ensino
fundamental de escolas públicas, sem
condições de alfabetização, pelos “doutores burocráticos do ensino”.
“Não sabia de nada”, foi uma frase constante em todos os escândalos de um
ex presidente do “Florão da América”. Na realidade o mais correto seria dizer
que “nada sabia de tudo”, devido à sua “inércia intelectual”, líder apropriado
dos aculturados, ingênuos e “oportunistas de plantão”.
No “border line” da intempestividade de nossos atos, ainda há
possibilidade da “metáfora transportar” e “aproximar distâncias”. Agindo com sensatez, pode-se “unir as pontas”
e “transportar montanhas” de dificuldades.
Mas estamos no mesmo “barco da vida”, sujeitos a
“intempéries momentâneas”. Contudo na “visão de Deus”, o mau uso da “palavra
pesa”, o “exemplo arrasta”, a falsa “imagem morre” e o “poder sufoca”. Mas
nunca é “tarde da noite” na existência humana para o uso da “mão que se estende”,
do “freio na língua”, da “palavra doce”, do “estímulo que levanta” e da “visão
sensata” do nosso e dos vizinhos “telhados de vidro”.
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