terça-feira, 21 de maio de 2013

O Corpo Fala


            Na escala zoológica, o homem é o seu modelo mais evoluído. É o único, em princípio capaz de controlar impulsos e sentimentos. O corpo humano entre todos os seres vivos organizados é o que mais reflete na expressão corporal o grande conjunto das emoções instintivas ou controladas. O universo da amostra física transmite a imagem da totalidade das tendências e domínios da mente.

            Para entender sua linguagem pode ser comparado à esfinge dos egípcios ou dos assírios, composta de quatro partes: corpo de boi, tórax de leão, asas de águia e cabeça de homem.





            1) Boi – Abdômen – Vida Instintiva e Vegetativa

            Representativamente o Boi é o simbólico exemplar de vida instintiva e vegetativa. Por outro lado, o único animal que come além da satisfação da fome é o ser humano. Parte-se do princípio que a fome é a necessidade urgente de comer, visceral; o homem é o único ser vivo que excede a sua saciedade, acrescentando a esta o desejo prazeroso de modo exagerado.

            O abdômen saliente, sinal do descontrole alimentar, associa a lembrança do boi gordo de confinamento. Ainda fazendo parte da vida impulsiva e vegetativa, registra-se o componente sexual para a atração do parceiro (a), que se faz presente na atitude das mãos posicionadas na cintura, com os indicadores orientados para os genitais; no sensacional requebrar dos quadris da garota, atraindo por momentos os olhares lascivos para os seus movimentos.

            2) Leão – Tórax – Vida Emocional

            O componente emocional mais significativo, porém se faz sentir no tórax, o lado leonino que controla a emoção e é considerado a representatividade do ego. Quando há necessidade de sua valorização e de salientar a posição social, a parte superior é projetada com evidência. Ao contrário, ao se sentir derrotado, com baixa autoestima, amor não correspondido, timidez ou submissão, a caixa torácica perde a sua exposição. Não foi em vão que guerreiros romanos usavam proeminentes armaduras, não só com objetivo de proteção, como para valorizar sua constituição muscular. Atitude normal representa um ego equilibrado, em sintonia com estabilidade emocional.

            3) Águia – Cabeça – Vida mental (Intelectual e Espiritual)

            A cabeça posicionada pela natureza na região superior do corpo é o centro da vida mental. Figurativamente é representada pela Águia, símbolo também do poder dos impérios de domínio da humanidade. Exibiu por séculos o poderio de Roma, e hoje é o signo de controle norte americano do mundo moderno.

            Cabeça erguida e tórax saliente constituem sempre a associação própria da hipertrofia dos valores temporários. Porém não os encontramos superestimados nos verdadeiros gênios da intelectualidade e dos representantes da sabedoria espiritual; já dominaram os instintos e posicionaram a transitoriedade da vida nas suas devidas dimensões.

            4) Homem – Conjunto – Consciência e Domínio dos Três Inconscientes Anteriores

            No Ocidente, os significados da fala do corpo são mais limitados às expressões faciais e torácicas, razão pela qual os bustos representativos entre nós têm maior importância. No Oriente é considerado o corpo inteiro. Assim Buda é multiplicado em estátuas com todo o conjunto físico e em escavações chinesas foi encontrado um exército de soldados reproduzidos em terracota para proteger a sepultura do Imperador Qin Shi Huang Di.
            Considerando o sentido figurado das representações, no homem existe a possibilidade da Águia controlar o Leão e o Boi. Discernimento e bom senso juntos à escala de valores de cada um permite compensação de forças. Para nós, meros mortais, os conceitos freudianos ficam bem balanceados nos valores do superego (Águia), do ego (Leão), e do id (Boi). Este paralelo mostra a briga diária dos três elementos de Freud.

            O predomínio de um deles depende exclusivamente de nós, pois como diz o provérbio chinês, “não podemos impedir que os pássaros da ignorância sobrevoem nossas cabeças, mas devemos proibir que façam ninhos nos nossos cabelos”. O essencial seria o equilíbrio entre os três poderes para uma vida mais humana e emocionalmente ponderada, do ponto de vista da psicanálise, um ego equilibrado.  
                   


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