Na escala zoológica, o homem é o seu
modelo mais evoluído. É o único, em princípio capaz de controlar impulsos e
sentimentos. O corpo humano entre todos os seres vivos organizados é o que mais
reflete na expressão corporal o grande conjunto das emoções instintivas ou
controladas. O universo da amostra física transmite a imagem da totalidade das
tendências e domínios da mente.
Para
entender sua linguagem pode ser comparado à esfinge dos egípcios ou dos
assírios, composta de quatro partes: corpo de boi, tórax de leão, asas de águia
e cabeça de homem.
1) Boi – Abdômen – Vida Instintiva e
Vegetativa
Representativamente o Boi é o
simbólico exemplar de vida instintiva e vegetativa. Por outro lado, o único
animal que come além da satisfação da fome é o ser humano. Parte-se do
princípio que a fome é a necessidade urgente de comer, visceral; o homem é o
único ser vivo que excede a sua saciedade, acrescentando a esta o desejo
prazeroso de modo exagerado.
O abdômen saliente, sinal do
descontrole alimentar, associa a lembrança do boi gordo de confinamento. Ainda
fazendo parte da vida impulsiva e vegetativa, registra-se o componente sexual
para a atração do parceiro (a), que se faz presente na atitude das mãos
posicionadas na cintura, com os indicadores orientados para os genitais; no
sensacional requebrar dos quadris da garota, atraindo por momentos os olhares
lascivos para os seus movimentos.
2) Leão – Tórax – Vida Emocional
O componente emocional mais
significativo, porém se faz sentir no tórax, o lado leonino que controla a emoção
e é considerado a representatividade do ego. Quando há necessidade de sua
valorização e de salientar a posição social, a parte superior é projetada com
evidência. Ao contrário, ao se sentir derrotado, com baixa autoestima, amor não
correspondido, timidez ou submissão, a caixa torácica perde a sua exposição.
Não foi em vão que guerreiros romanos usavam proeminentes armaduras, não só com
objetivo de proteção, como para valorizar sua constituição muscular. Atitude
normal representa um ego equilibrado, em sintonia com estabilidade emocional.
3) Águia – Cabeça – Vida mental
(Intelectual e Espiritual)
A cabeça posicionada pela natureza
na região superior do corpo é o centro da vida mental. Figurativamente é
representada pela Águia, símbolo também do poder dos impérios de domínio da
humanidade. Exibiu por séculos o poderio de Roma, e hoje é o signo de controle
norte americano do mundo moderno.
Cabeça erguida e tórax saliente
constituem sempre a associação própria da hipertrofia dos valores temporários.
Porém não os encontramos superestimados nos verdadeiros gênios da
intelectualidade e dos representantes da sabedoria espiritual; já dominaram os
instintos e posicionaram a transitoriedade da vida nas suas devidas dimensões.
4) Homem – Conjunto – Consciência e
Domínio dos Três Inconscientes Anteriores
No Ocidente, os significados da fala
do corpo são mais limitados às expressões faciais e torácicas, razão pela qual
os bustos representativos entre nós têm maior importância. No Oriente é
considerado o corpo inteiro. Assim Buda é multiplicado em estátuas com todo o
conjunto físico e em escavações chinesas foi encontrado um exército de soldados
reproduzidos em terracota para proteger a sepultura do Imperador Qin Shi Huang
Di.
Considerando o sentido figurado das
representações, no homem existe a possibilidade da Águia controlar o Leão e o
Boi. Discernimento e bom senso juntos à escala de valores de cada um permite
compensação de forças. Para nós, meros mortais, os conceitos freudianos ficam
bem balanceados nos valores do superego (Águia), do ego (Leão), e do id (Boi).
Este paralelo mostra a briga diária dos três elementos de Freud.
O predomínio de um deles depende
exclusivamente de nós, pois como diz o provérbio chinês, “não podemos impedir que os pássaros da ignorância sobrevoem nossas cabeças,
mas devemos proibir que façam ninhos nos nossos cabelos”. O essencial seria
o equilíbrio entre os três poderes para uma vida mais humana e emocionalmente
ponderada, do ponto de vista da psicanálise, um ego equilibrado.
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