quarta-feira, 29 de maio de 2013

Metáforas na Semiótica e no Cotidiano



O emprego de palavras em sentido figurado, por efeito de comparação ou analogia mental, conceituado como metáfora, é também uma linguagem jornalística. São “modos diferentes de expressões que transmitem o mesmo significado numa frase”.
No contexto da semiótica, a “metáfora é um signo simples a partir do qual, pelo estudo sintético, pode dar origem a signos complexos, pela associação com outras manifestações linguísticas. Possibilita estudá-los, tanto os visuais como aqueles relacionados com a linguagem”.
Usada diariamente nos relacionamentos humanos, mesmo se desconhecendo o conjunto do conteúdo da semiose, as metáforas fazem parte do cotidiano. Com freqüência se fala da “mão de Deus”, do “braço do rio” e do “cabelo de milho”; em todos os níveis culturais as palavras de sentido figurado, de um modo corriqueiro, são usadas com naturalidade.
Todavia, no “crepúsculo da vida”, são mais expressivas. As sociedades orientais valorizam mais que as ocidentais o idoso que transmite a “luz do conhecimento”, composta pela soma das “primaveras da existência humana”. Proveniente do Tibet, no “topo do mundo”, Dalai Lama, juntamente Sathya Sai Baba na India, são exemplos de personalidades orientais diferenciadas e reverenciadas.  
As metáforas têm um sentido intelectualizado em conceituadas exposições jornalísticas que trazem um sabor crítico de comparações aos desproporcionais abusos do poder: nos afortunados políticos da “ilha da fantasia brasiliense”; na saúde privilegiada das classes favorecidas em relação ao “matadouro do SUS”; nas distribuições populistas governamentais dos “cartões vale tudo”; nas prioridades de “fundo de quintal”ao invés da valorização de suportes de infraestrutura nacional; na “tropa de analfabetos” que são aprovados no ensino fundamental de escolas públicas,  sem condições de alfabetização, pelos “doutores burocráticos do ensino”.
“Não sabia de nada”, foi uma frase constante em todos os escândalos de um ex presidente do “Florão da América”. Na realidade o mais correto seria dizer que “nada sabia de tudo”, devido à sua “inércia intelectual”, líder apropriado dos aculturados, ingênuos e “oportunistas de plantão”.
No “border line” da intempestividade de nossos atos, ainda há possibilidade da “metáfora transportar” e “aproximar distâncias”.  Agindo com sensatez, pode-se “unir as pontas” e “transportar montanhas” de dificuldades.
Mas estamos no mesmo “barco da vida”, sujeitos a “intempéries momentâneas”. Contudo na “visão de Deus”, o mau uso da “palavra pesa”, o “exemplo arrasta”, a falsa “imagem morre” e o “poder sufoca”. Mas nunca é “tarde da noite” na existência humana para o uso da “mão que se estende”, do “freio na língua”, da “palavra doce”, do “estímulo que levanta” e da “visão sensata” do nosso e dos vizinhos “telhados de vidro”.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Síndrome do Coração Partido e a Visão Semiótica





Uma imagem de “coração partido” tem um significado de tristeza. As conclusões são as mais diversas possíveis, porém todas são de sentimento triste. Na teoria da produção e troca de sentido da Semiótica, o entendimento da comunicação não é linear, ou seja, não tem regularidade; a mensagem sai de uma fonte e o caminho que vai percorrer pode variar conforme a cultura e a óptica do indivíduo que a recebe; a interpretação depende da bagagem intelectual de cada um.

Mas do ponto de vista médico existe mesmo o “coração partido”. No início dos anos 1990, foi descrita uma síndrome pelos médicos japoneses que afeta o músculo cardíaco especialmente nas mulheres após a menopausa. Foi chamada de cardiomiopatia de Takotsubo. Constatou-se que os sintomas são iguais aos do infarto do miocárdio: dor no peito, irradiada para o braço, queda de pressão e desmaio.

         Depois do Japão, foi a vez dos médicos americanos e brasileiros descreverem a sua ocorrência. Já são mais de 200 casos relatados na literatura médica. O curioso é que existem sinais (aquilo que se vê) semelhantes aos do enfarte do coração, no eletrocardiograma e nas alterações das enzimas do sangue; porém, as artérias coronárias não costumam ser afetadas. Ocorre uma dilatação da ponta do ventrículo, sugerindo um coração com uma parte normal e a outra não. Em japonês “tsubo” significa pote (forma do ventrículo alterado).  Daí a semelhança e o nome de Síndrome do Coração Partido.

         A evolução é geralmente boa e na maioria das vezes não deixa sequelas, recuperando-se entre 6 a 8 semanas. A doença compromete preferencialmente mulheres de meia idade e parece estar relacionada com a diminuição dos níveis de hormônios femininos, o estrogênio nesta fase da vida. Mas o fator emocional desencadeante está sempre presente, independente de qual seja a sua origem, positiva ou negativa, isto é, boas ou más emoções.

         Contudo, na vida real, não é só a tristeza que tem a possibilidade de “partir o coração”. Também acontece com uma notícia muito positiva, como o time de futebol preferido que acabou de ser o grande campeão da “rodada”; o filho que passou no vestibular disputado por milhares de concorrentes; a chegada inesperada do querido parente que não via há tanto tempo...

         Todavia os revezes da vida, as más notícias, são os grandes vilões que “partem o coração”: a brusca decepção com o colega de trabalho que foi sempre tratado com tanta atenção; a nostalgia pelas lembranças do familiar que a vida se encarregou de afastar; o sentimento de solidão pela separação amorosa que evoluiu para depressão; a repentina notícia de uma enfermidade grave...

         O cultivo de pensamentos de natureza inferior pode desenvolver o crescimento de idéias suicidas. A raiva repentina pode ser o reflexo da sucessão de imagens negativas, da falta de compreensão pelas atitudes alheias.

         Porém, muitos fatos desagradáveis, se bem administrados, podem ter uma melhor evolução. Depende, em boa parte das situações, das atitudes de cada um o impedimento para que se desenvolva mais um “coração partido”.  Sabemos que na vida, tudo tem início, meio e fim; mas ela é feita de etapas. O término de cada uma delas, não significa necessariamente a extremidade do caminho. Pode ocorrer bem no ponto de um entroncamento que orienta outros sentidos a ser seguidos.

A Síndrome do Coração Partido tem na maioria das vezes “conserto” espontâneo em poucas semanas. A vida humana, todavia, é composta de mais elementos que apenas sua bomba propulsora. A energia mental é o maior dínamo do trabalho organizador de todas as funções orgânicas e da origem de seus desequilíbrios.

Concluindo, a imagem semiótica do coração fragmentado, geralmente de significado triste, tem “existência real”; todavia, é passível de prevenção, tratamento e cura conforme  a administração de suas causas e correção das diretrizes de sua evolução; reunindo os fragmentos dilacerados  e fazendo a reconstrução gestáltica (formação total da imagem pela união dos seus componentes) das emoções e do reequilíbrio orgânico.      

terça-feira, 21 de maio de 2013

Gestalt do Objeto


                                                          
            A palavra alemã, Gestalt, “sem tradução exata em português, refere-se a um processo de dar forma, de configurar o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar; tem o significado de uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos. Objetos isolados, sem sentido entre si, se relacionados, formam um significado”.

            A Gestalt segue “leis e avaliações que são compostas de unidades, permitindo considerar e analisar elementos que são configurativos da forma, que visualmente coesa, possibilita configurar o objeto de uma maneira equilibrada e harmônica. A consideração das características espaciais permite a sensação de fechamento visual dos elementos que constituem a aparência do modelo; padrão visual de boa continuidade é garantido pelas configurações que têm sequências ou fluidez de formas. Para o conceito de unificação formal é importante a semelhança e/ou a proximidade que se constituem em padrões de unidade pela sua organização”.

            Para uma “avaliação final, considerando as leis da Gestalt, segue-se uma interpretação conclusiva da forma, onde se considera a imagem do objeto refletindo padrões de harmonia e equilíbrio no seu todo, nas partes constitutivas, ou seja, a existência da coerência, clareza e a regularidade; por outro lado, se existe desorganização visual em função destes fatores, ou ainda se o objeto tem uma mistura de coisas bem ou mal resolvidas”.



            Na análise da imagem proposta, a observação visual mostra que o ser humano tem a possibilidade de subir os degraus à sua frente, obtendo uma visão mais alta da horizontalidade em que convive. Porém não há proteções laterais na subida que lhe possibilitem apoio na ascensão. Todavia somente no seu final lhe será permitido um olhar universal e avaliação mais ampla do meio em que se encontrava.

            Em um sentido figurado, a escada é representativa da vida; sua subida pode ser estimulada pela curiosidade, sabedoria, conhecimento, bom senso, religiosidade, etc. Sozinho, não é fácil que alcance seu objetivo; precisa com certeza de apoio, evitando quedas para que atinja sua meta. A busca final é também uma incógnita; a visão superior é mais ampla, porém figurativamente tem suas limitações e mostra as fronteiras impostas à materialidade do indivíduo.

            Do ponto de vista da Gestalt, os elementos parciais na figura apresentada somente são assimilados se reunidos em conceitos mais amplos, com caráter associativo e interpretativo. Isolados, não dão nenhuma ideia de coesão, significado, harmonia, clareza ou regularidade. Necessita uma concepção de união de entendimentos filosóficos subjetivos à cada intérprete.



            Nesta representação, destacando a mão numa fotografia Kirlian da aura humana, mostrando as potencialidades que se sobrepõem à matéria; significativas da energia projetada constantemente ao nosso exterior, captadas por fotos ou descritas por pessoas que têm a sensibilidade de detectar sua presença. A cor e capacidade de expansão mostram as condições de saúde física, emocional e espiritual.

            Do ponto de vista gestáltico é uma imagem mais precisa, de mais fácil compreensão pelo nível de composição. Há um padrão visual com sequencias de formas que se completam, desde que associado à bagagem cultural de cada um na sua interpretação.



Este quadro mostra duas mulheres, uma vestindo burca; própria da sociedade muçulmana, símbolo da opressão feminina, que apenas permite a visão, inibindo qualquer participação social; ocultando quase que completamente seu corpo, possibilitando apenas enxergar o que acontece na sua presença. Ao lado, a outra completamente despida, tem apenas os olhos vendados. Nada vê, porém pode falar o que bem entender.

            Outro significado poderia ser de que a pessoa que observa o que ocorre ao seu redor, é a que fala menos e melhor pondera conclusões. Ao contrário, quem pouco enxerga os fatos, tem uma visão mais fragmentada, e maior facilidade de emitir opiniões distorcidas. A limitação de uma é verbal, a da outra é visual. Apesar de usar imagens opostas, as comparações figurativas têm um só significado, mas com uma adequada análise cultural poderiam nos trazer um entendimento mais elucidativo.

            Na interpretação gestáltica, se concebe na realidade uma imagem só, pois elas se complementam para um juízo mais complexo. A organização visual das formas não é de fácil assimilação, necessita um maior conteúdo cultural, livre de preconceitos e disposto à reorganização da mensagem.



Esta proposição transmite a impressão de uma mão segurando uma lâmpada. Poderia se referir a uma substituição necessária, por uma de igual ou maior capacidade, melhor qualidade, utilidade ou estética mais adequada. Seria interpretada também por uma mudança de diretriz na vida, substituição de valores e companhias, resultado de uma avaliação de maior maturidade; alteração subjetiva de conteúdos, ponderação de outros princípios, possibilidade de retorno a conceitos apagados pela opressão da sociedade e do tempo; substituição da aparência pela realidade, do ter pelo ser, do apego pela simplicidade, da ilusão pelo real...

            A pregnância da forma gestáltica na última figura, é alta em equilíbrio, harmonia, coerência; permite uma compreensão imediata, de fácil interpretação e entendimento, porém é dependente da bagagem cultural do intérprete. Completa uma sequência de quadros propostos de conceitos, unificados em seus conteúdos isolados; estimula uma ordenação de valores, abre novos espaços para a reunião de conceitos fragmentados em uma realidade mais universal, coerente e consistente.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

O Corpo Fala


            Na escala zoológica, o homem é o seu modelo mais evoluído. É o único, em princípio capaz de controlar impulsos e sentimentos. O corpo humano entre todos os seres vivos organizados é o que mais reflete na expressão corporal o grande conjunto das emoções instintivas ou controladas. O universo da amostra física transmite a imagem da totalidade das tendências e domínios da mente.

            Para entender sua linguagem pode ser comparado à esfinge dos egípcios ou dos assírios, composta de quatro partes: corpo de boi, tórax de leão, asas de águia e cabeça de homem.





            1) Boi – Abdômen – Vida Instintiva e Vegetativa

            Representativamente o Boi é o simbólico exemplar de vida instintiva e vegetativa. Por outro lado, o único animal que come além da satisfação da fome é o ser humano. Parte-se do princípio que a fome é a necessidade urgente de comer, visceral; o homem é o único ser vivo que excede a sua saciedade, acrescentando a esta o desejo prazeroso de modo exagerado.

            O abdômen saliente, sinal do descontrole alimentar, associa a lembrança do boi gordo de confinamento. Ainda fazendo parte da vida impulsiva e vegetativa, registra-se o componente sexual para a atração do parceiro (a), que se faz presente na atitude das mãos posicionadas na cintura, com os indicadores orientados para os genitais; no sensacional requebrar dos quadris da garota, atraindo por momentos os olhares lascivos para os seus movimentos.

            2) Leão – Tórax – Vida Emocional

            O componente emocional mais significativo, porém se faz sentir no tórax, o lado leonino que controla a emoção e é considerado a representatividade do ego. Quando há necessidade de sua valorização e de salientar a posição social, a parte superior é projetada com evidência. Ao contrário, ao se sentir derrotado, com baixa autoestima, amor não correspondido, timidez ou submissão, a caixa torácica perde a sua exposição. Não foi em vão que guerreiros romanos usavam proeminentes armaduras, não só com objetivo de proteção, como para valorizar sua constituição muscular. Atitude normal representa um ego equilibrado, em sintonia com estabilidade emocional.

            3) Águia – Cabeça – Vida mental (Intelectual e Espiritual)

            A cabeça posicionada pela natureza na região superior do corpo é o centro da vida mental. Figurativamente é representada pela Águia, símbolo também do poder dos impérios de domínio da humanidade. Exibiu por séculos o poderio de Roma, e hoje é o signo de controle norte americano do mundo moderno.

            Cabeça erguida e tórax saliente constituem sempre a associação própria da hipertrofia dos valores temporários. Porém não os encontramos superestimados nos verdadeiros gênios da intelectualidade e dos representantes da sabedoria espiritual; já dominaram os instintos e posicionaram a transitoriedade da vida nas suas devidas dimensões.

            4) Homem – Conjunto – Consciência e Domínio dos Três Inconscientes Anteriores

            No Ocidente, os significados da fala do corpo são mais limitados às expressões faciais e torácicas, razão pela qual os bustos representativos entre nós têm maior importância. No Oriente é considerado o corpo inteiro. Assim Buda é multiplicado em estátuas com todo o conjunto físico e em escavações chinesas foi encontrado um exército de soldados reproduzidos em terracota para proteger a sepultura do Imperador Qin Shi Huang Di.
            Considerando o sentido figurado das representações, no homem existe a possibilidade da Águia controlar o Leão e o Boi. Discernimento e bom senso juntos à escala de valores de cada um permite compensação de forças. Para nós, meros mortais, os conceitos freudianos ficam bem balanceados nos valores do superego (Águia), do ego (Leão), e do id (Boi). Este paralelo mostra a briga diária dos três elementos de Freud.

            O predomínio de um deles depende exclusivamente de nós, pois como diz o provérbio chinês, “não podemos impedir que os pássaros da ignorância sobrevoem nossas cabeças, mas devemos proibir que façam ninhos nos nossos cabelos”. O essencial seria o equilíbrio entre os três poderes para uma vida mais humana e emocionalmente ponderada, do ponto de vista da psicanálise, um ego equilibrado.  
                   


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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Histórias em Quadrinhos


      



       A comunicação humana sempre ocorreu por todos os meios disponíveis desde os tempos mais remotos, testemunhados pelas pinturas rupestres de Lascaux, na França; (representativas de caça, luta pela sobrevivência desde períodos pré-históricos, as inscrições milenares são amostras da capacidade histórica de transmissão de mensagens).
          
      A invenção do alfabeto fenício tornou-se a grande alavanca dos contatos sociais e comerciais da humanidade. Os tipos móveis de Gutenberg, por sua vez, foram o invento cultural mais significativo para os povos, com maior repercussão que a descoberta da América por Colombo na mesma época.

          A facilidade gráfica, associada à linguagem verbal ou não, aproximou as comunidades mais distantes. A criatividade humana inundou as sociedades com diferentes modalidades do uso da expressão de ideias e sentimentos.

           A ilustração, por exemplo, ao contrário das mensagens em quadrinhos, “possibilita uma visão mais ampla do conjunto, mas por outro lado exige um maior tempo de leitura.”
           
         A imagem em quadrinhos, por sua vez, com “sequência narrativa é bem mais criativa”; popularizou hábitos de uma maior transmissão de costumes, cultura e lazer. Faculta uma visão gráfica de atividades sequenciais em todas as áreas humanas.
          
         Exposto através de vinhetas seriadas, empolgou plateias na constituição de desenhos animados na história do cinema. Expressando-se pela linguagem verbal ou não, com uma sucessão de imagens significativas e em série, recheou inúmeras revistas durante décadas facilitando o desenvolvimento cognitivo.

     Recentemente popularizou sua utilização de modo cada vez mais inteligente, com mensagens políticas, de protesto, compartilhamento, lazer e educativas. Podem ser enriquecidas com uma fertilidade de detalhes comunicativos, expressos por distintas formas gráficas de balões junto às personagens, manifestando pensamentos e as variadas reações humanas. A grafia diferente de cada um deles com conteúdo verbal ou não, transmite as emoções vividas pelos figurantes.

       O fascínio que envolve a linguagem dos quadrinhos certamente reflete o paralelo que o ser humano faz com os atos seriados da sua vida, a montagem sequencial da realidade dos fatos; a linha de tempo que transpõe décadas, num movimento contínuo de sucessivas etapas. 

Mídia, Propaganda & Consumo - O Tripé da Era Moderna



A propaganda tornou-se nas últimas décadas uma arte capaz de gerar excelentes resultados para os grupos e/ou organizações que a dominam. Hoje em dia, existem pessoas que se especializam em tornar um briefing de uma sala de reuniões em campanhas que encantam e convencem possíveis consumidores a querer aquele produto que lhes é apresentado.
A propaganda não traz consigo apenas uma marca, ela é recheada de elementos, sejam eles visuais, sonoros ou gráficos, que transmitem ideias, princípios e uma mensagem.
No mundo globalizado de hoje, estamos diariamente expostos as mais variadas marcas de tudo o que se pode imaginar. É como se saíssemos de casa com destino à feira; lá os comerciantes fazem de tudo para chamar nossa atenção e nos convencer de que as “frutas e verduras” mais frescas e saborosas estão nas prateleiras das suas barracas. Com as grandes marcas – sejam elas de alimentos, roupas, automóveis e por ai afora – isso também acontece, mas de uma maneira sutil, despida de tumultos. Esses feirantes usam a linguagem que só o nosso homem interior compreende. Então voltamos da feira, mas as palavras dos vendedores permanecem vivas em nossa consciência. Elas são mais frescas que os tomates que trouxemos na sacola!
Somos os homens do século XXI, vivemos na era das evoluções, das descobertas, onde o novo de hoje, torna-se obsoleto amanhã. Mas para ser homem com “H” maiúsculo não basta prover o sustento do lar, respeitar a família, como faziam nossos patriarcas, isso é tarefa básica. É preciso ter o carro do ano na garagem, usar as roupas da grife mais badalada da estação, e quando alguém ligar para você, por favor, atenda seu smartphone de 64 gigas de memória, para que os outros tenham a convicção que és um admirador do trabalho de Steve Jobs. Se você sentir sede, vá ao barzinho mais próximo e peça o refrigerante que o galã da novela das oito estava bebendo a beira da piscina. Agora me responda: do que são compostos todos estes itens listados acima? Eles são mais que produtos que facilitam a nossa vida. São armaduras sociais de uma geração criada na sociedade do consumo desenfreado. O importante é ter; o ser pode ficar em segundo plano.

Em suma, nós precisamos consumir para viver, isso é verdade. No entanto, existem certas atitudes que caracteriza o quanto este homem moderno e bem resolvido é refém do que os meios de comunicação estandardizam como sendo a escolha certa. Será que eu e você somos assim? Vale a pena parar dois minutos ou três minutos e fazer uma auto-análise.minutos ou três minutos e fazer uma auto-análise.