quarta-feira, 17 de julho de 2013

A Morte nos Corredores dos Hospitais

          


          Segundo o Artigo 6° da Constituição Federal do Brasil, a saúde é um direito inerente a todos os brasileiros. Desde então tornou-se um “Tendão de Aquiles” para os governantes. Até então, as classes menos favorecidas eram atendidas em hospitais filantrópicos na categoria de “indigentes”, como uma conotação de caridade social.

O SUS (Sistema Único de Saúde) deu aos usuários um status de convênio, com promessas de amplos e seguros atendimentos em todos os hospitais brasileiros. Mas a grande realidade nacional não coincide com os direitos assegurados. É verdade que excepcionalmente intervenções consideradas de alta complexidade, que arcam com valores diferenciados para profissionais e procedimentos sofisticados, podem ocasionalmente ser disponibilizados pelo SUS.

A realidade porem é muito diferente para as necessidades básicas de toda a população humilde. Se mesmo quem dispõe de um convênio particular pago e muitas vezes caro, é obrigado a entrar em filas de espera nos consultórios médicos de até alguns meses, que dizer de pobres contemplados somente com cartões do SUS? Levantam de madrugada para engrossar filas na esperança de uma atenção do profissional médico para um atendimento de rotina e morrem em corredores hospitalares aguardando vagas para internamentos.

As recentes manifestações nas ruas no Brasil refletem um grande descontentamento com os serviços públicos, especialmente na saúde. Procura-se desviar a atenção das necessidades básicas com a promessa da importação de milhares de médicos cubanos para a população carente. Além de terem uma formação suspeita, que adiantaria se fossem competentes, se inexistem condições primárias hospitalares de trabalho neste país?

Se a medicina de Cuba fosse tão promissora, porque a presidente Dilma e o ex- presidente Lula não trataram seus cânceres naquele país como o fez o finado Hugo Chávez? Será que aqueles profissionais vindos para o Brasil só servirão para tratar a população tantas vezes desfavorecida e não para os nossos governantes? Porque se gastou bilhões de dólares em “pão e circo” na imatura construção de estádios para as Copas, quando Saúde e Educação neste país são as piores do mundo? A resposta está sendo dada nas ruas e na vertiginosa queda de popularidade da “segunda mulher mais poderosa do planeta”.    

  De quem é a responsabilidade? Somos a quinta potência econômica mundial, uma economia em crescimento e com uma agroindústria altamente competitiva. Mas a nossa infraestrutura continua sendo de terceiro mundo, educação e saúde pública decadentes, miseráveis; de primeiro padrão só os hospitais de grandes centros ao alcance do bolso dos maiores empresários ou governantes.


Somente quando Saúde e Educação, ao invés de futebol, forem nossas prioridades, seremos uma nação decente. Enquanto as atenções não forem centradas para as nossas verdadeiras necessidades, melhor distribuição de renda e numa parcela real de 10% do PIB destinada para a Saúde e Educação, jamais deixaremos de ser um país emergente de futuro distante, ou melhor ainda, sem futuro.

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