A fome é definida como uma necessidade urgente de comer, visceral, enquanto o apetite é o desejo seletivo de determinados alimentos.
A maioria dos animais alimenta-se para satisfazer a sua fome, mas o homem além das necessidades viscerais acrescenta o desejo prazeroso, condicionado ao aroma, sabor, etc., predispondo à obesidade.
Com o advento da bioquímica celular, passou-se a conhecer os nutrientes que exercem papel preventivo de doenças, como a defesa das agressões do próprio organismo e do meio ambiente. Esta falta dos protetores de ingestão adequada tem o nome de fome oculta, silenciosa, necessária ao organismo, diferente da fome visceral e do apetite.
Animais de laboratório escolhem entre as rações ofertadas as que mais necessitam para seu caso específico. Entre os seres humanos, em determinadas situações, a escolha seletiva pode existir, como em crianças e gestantes que comem terra quando têm deficiência de ferro.
Além da anemia já citada, no Brasil, a fome oculta é constatada pela deficiência de vitaminas, sais minerais e elementos inibidores da absorção intestinal. A hipoavitaminose A tem uma participação significativa em crianças menores de 7 anos, bem como a osteoporose em todas as idades, mais em idosos, por baixa ingestão de cálcio e vitamina D.
Um fato interessante a ser observado é que na humanidade a ingestão calórico e protéica em nativos é inconscientemente satisfeita conforme suas necessidades. Procuram as associações, sem saber, de aminoácidos mais adequados para sua dieta, perpetuando nas gerações os padrões mais compatíveis com suas reais necessidades orgânicas. É uma defesa natural e inconsciente.
Há algum tempo cientistas constataram que o caldo de galinha usado diariamente pelos nossos antepassados, no período pós parto, reunia os aminoácidos indispensáveis para a regeneração tecidual.
O feijão com arroz, tão habitual na dieta brasileira é outra feliz combinação de significativos nutrientes para o organismo.
Recentes pesquisas da Universidade de São Paulo mostraram o quanto os paulistanos estão se alimentando mal, sendo que 95% dos entrevistados ingerem menos frutas, vegetais e sucos naturais do que são recomendados pelo Ministério da Saúde. Com certeza é motivado pela corrida diária da sobrevivência nas grandes cidades.
A fome oculta, sendo uma deficiência de vitaminas e sais minerais, não está necessariamente ligada à desnutrição calórico protéica, se desenvolve silenciosamente e repercute nas defesas imunológicas, estado físico e mental do indivíduo.
Todas as classes sociais podem ser atingidas por esta doença, seja pela falta de recursos ou nas mais favorecidas pela recusa de ingestão de alimentos naturais, frutas e vegetais.
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