sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ideal Cubano e o Chocolate Suíço



Os dois assuntos são bem distantes, mas mexeram muito com a nossa cabeça nas últimas semanas.
Nas aulas de Jornalismo onde os professores têm uma posição política bem definida Cuba foi apresentada como “o socialismo que deu certo no mundo, com os melhores  índices de saúde pública, educação,  esportes, boa alimentação”, etc.
Claro que logo nos posicionamos contrários à esta visão, pois a ilha que hoje se mostra como  exemplo de uma utopia subsidiada pela antiga URSS, Venezuela e países afins que,  com a perda de seus patrocínios,  compõe uma sociedade falida onde se disputa a aquisição de alimentos e até bicicleta é um luxo. Carro novo nem pensar, só para os membros do partidão.
Arriscamos a perguntar como se comportavam os  jornalistas naquele paraíso cubano. A resposta foi evasiva: “lá as conquistas sociais já eram satisfatórias, sem conflitos”; mas todos sabem que naquelas paragens quem se arrisca a fazer oposição tem seu destino definido...
Entretanto, hoje em São Paulo, no Aeroporto de Congonhas, enquanto aguardávamos uma conexão aérea, fomos atraídos pelos conteúdos de uma livraria interna. A decisão tinha que ser rápida porque o tempo lá dentro parece que passa mais ligeiro, os portões de embarque dos passageiros trocam constantemente. Você tem ficar com um olho no boi e outro na taipa...
No caixa, quando pagávamos  a jovem  entusiasmada nos perguntou: “moço, não quer levar também um chocolate suíço, são só dez reais?”. No primeiro momento ficamos  contente com o tratamento, mas depois  aquela oferta de chocolate nos chocou.
Questionávamos o porque do suíço, se os nossos têm teor de 85% de cacau e são muito mais baratos; importado, oferecido com insistência, logo de um paraíso fiscal, que tanto tempo manteve em segredo os depósitos corruptos do terceiro mundo e que  hoje estão abraçados com as elites de esquerda para dominar até a prefeitura de São Paulo?
Porque não priorizar nossa indústria de chocolates e os nossos empregos,  se  tudo,  até bíblias precisam ser importadas? Longe de pensar do modo absurdo  do controle das barreiras alfandegárias argentinas, mas porque não prestigiar e valorizar  o que é nosso?
Saímos dali questionando em que mundo nós vivemos, com utopias inverdades, máscaras, maquiagens...
Cidadania, política e educação andam juntas, interligadas, moldadas na compreensão de uma sociedade mais justa e participativa, mas a nossa visão de formigas alienadas tem que ser revista e questionada, bem distante da aceitação absurda do “ideal cubano” e do massacre da nossa sociedade interna produtiva.

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