A sociedade secreta,
“Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz”, reunia ao redor da
mesa, conspiradores de todas as idades, com um objetivo em comum: dar ao Reino
do Brasil um caminho próprio, independente da Coroa Portuguesa.
Naquele 2 de junho de 1822,
no Rio de Janeiro, o mais velho, conhecido como Tibiriçá, sensibilizava o jovem
Rômulo, no ambiente clandestino, com os lemas de “Independência ou Morte”, “União
e Tranquilidade” e “Firmeza e Lealdade”. Terminada a reunião dos poderosos
conspiradores, Rômulo assinava com as iniciais D.P.A. e Tibiriçá escrevia
J.B.A.S.
Estava selado o futuro do
grande império brasileiro, que seus seguidores saberiam conduzir com uma
integridade geográfica inigualável no Novo Mundo, ao contrário dos vizinhos que
se esfacelaram em nações menores. No documento da conspiração, D.P.A., era o jovem
D. Pedro de Alcântara; J.B.A.S., o velho José Bonifácio de Andrade e Silva.
Mas até chegar aos episódios
onde teve decisiva participação no movimento de libertação de nosso país, que
lhe deram o título de Patriarca da Independência, o inquieto José Bonifácio teve
uma biografia muito movimentada. Nascido em Santos, SP, em 1763, seu pai, o
enviou para iniciar estudos na capital paulista.
Alguns anos depois, foi encaminhado
para a Faculdade de Direito de Coimbra, em Portugal. Tornou-se advogado,
filósofo, professor, cientista, político, mas não abandonou o espírito
guerreiro, combatendo a invasão de Napoleão em terras portuguesas, em
organizações de libertação e com uso de armas.
No Brasil, após muitos anos,
com a abdicação de D. Pedro I e a transferência deste para Portugal, tornou-se
tutor de seus filhos, demonstrando uma lealdade ímpar ao Império Brasileiro;
poderia, ter modificado a história, pois tinha um enorme poder concentrado nas mãos.
Mas a parte que mais nos
interessa no recente artigo, foi a verdadeira defesa da ecologia na Terra de
Santa Cruz. José Bonifácio estava muito preocupado com a matança das baleias, o
uso e abuso do óleo daqueles mamíferos nas lamparinas do Reino.
Entre outros artigos
científicos, foi o autor, em 1790, de “Memória sobre a Pesca das Baleias e a
Extração de seu Azeite, com algumas Reflexões, a Respeito das Nossas Pescarias”.
Mostrava-se indignado com o costume de arpoar baleotes ainda mamando, com a
quebra da cadeia produtiva. Sabia-se, desde então, que elas só pariam um único
filhote e de dois em dois anos.
Além do mais, as concorridas
e refesteladas festas dos nobres brasileiros eram iluminadas com óleos dos
inocentes animais. Foi o primeiro e autêntico defensor da ecologia em nosso
meio.
O poderoso José Bonifácio
merecia muito mais que o título de Patriarca da Independência. Deveria ser
consagrado como nosso maior e autêntico representante da honesta ecologia.
Com pretextos de fachada, as
ONGs, mantidas na maioria por nacionalidades europeias, com origem em países
colonialistas e devastadores, se “preocupam” agora com a ecologia amazônica. Destruíram
fauna, flora e culturas seculares de astecas, incas e maias nas Américas e nas
últimas décadas se mostram “sensibilizados” com a demarcação de terras
indígenas.
Acreditem neles quem não
estudou história das civilizações destruídas, das quais só sobraram ruínas, devastadas
pela ambiciosa fúria do Velho Mundo. Usaram, à vontade, nosso ouro extraído no
período colonial, e agora estão inconformados com a exploração racional de
riquezas minerais dos tupiniquins.
O brado do Ipiranga precisa
ter continuidade, não oculto nas iniciais D.P.A. e J.B.A.S., mas num contínuo
alerta de Independência, explícito pelo povo brasileiro; autêntico dono das
terras indígenas, demarcadas ou não, em verdadeira defesa da nossa ecologia e
das reservas minerais cobiçadas pelas ONGs, financiadas pela nobre
“pilantropia” estrangeira; e endoçadas pelo pseudos ecologistas de plantão, “fiéis
defensores” do mico leão dourado da Terra de Santa Cruz.
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