segunda-feira, 13 de outubro de 2014

José Bonifácio, Patriarca da Independência e da Ecologia




A sociedade secreta, “Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz”, reunia ao redor da mesa, conspiradores de todas as idades, com um objetivo em comum: dar ao Reino do Brasil um caminho próprio, independente da Coroa Portuguesa.

Naquele 2 de junho de 1822, no Rio de Janeiro, o mais velho, conhecido como Tibiriçá, sensibilizava o jovem Rômulo, no ambiente clandestino, com os lemas de “Independência ou Morte”, “União e Tranquilidade” e “Firmeza e Lealdade”. Terminada a reunião dos poderosos conspiradores, Rômulo assinava com as iniciais D.P.A. e Tibiriçá escrevia J.B.A.S.

Estava selado o futuro do grande império brasileiro, que seus seguidores saberiam conduzir com uma integridade geográfica inigualável no Novo Mundo, ao contrário dos vizinhos que se esfacelaram em nações menores. No documento da conspiração, D.P.A., era o jovem D. Pedro de Alcântara; J.B.A.S., o velho José Bonifácio de Andrade e Silva.

Mas até chegar aos episódios onde teve decisiva participação no movimento de libertação de nosso país, que lhe deram o título de Patriarca da Independência, o inquieto José Bonifácio teve uma biografia muito movimentada. Nascido em Santos, SP, em 1763, seu pai, o enviou para iniciar estudos na capital paulista.

Alguns anos depois, foi encaminhado para a Faculdade de Direito de Coimbra, em Portugal. Tornou-se advogado, filósofo, professor, cientista, político, mas não abandonou o espírito guerreiro, combatendo a invasão de Napoleão em terras portuguesas, em organizações de libertação e com uso de armas.

No Brasil, após muitos anos, com a abdicação de D. Pedro I e a transferência deste para Portugal, tornou-se tutor de seus filhos, demonstrando uma lealdade ímpar ao Império Brasileiro; poderia, ter modificado a história, pois tinha um enorme poder concentrado nas mãos.

Mas a parte que mais nos interessa no recente artigo, foi a verdadeira defesa da ecologia na Terra de Santa Cruz. José Bonifácio estava muito preocupado com a matança das baleias, o uso e abuso do óleo daqueles mamíferos nas lamparinas do Reino.

Entre outros artigos científicos, foi o autor, em 1790, de “Memória sobre a Pesca das Baleias e a Extração de seu Azeite, com algumas Reflexões, a Respeito das Nossas Pescarias”. Mostrava-se indignado com o costume de arpoar baleotes ainda mamando, com a quebra da cadeia produtiva. Sabia-se, desde então, que elas só pariam um único filhote e de dois em dois anos.

Além do mais, as concorridas e refesteladas festas dos nobres brasileiros eram iluminadas com óleos dos inocentes animais. Foi o primeiro e autêntico defensor da ecologia em nosso meio.

O poderoso José Bonifácio merecia muito mais que o título de Patriarca da Independência. Deveria ser consagrado como nosso maior e autêntico representante da honesta ecologia.

Com pretextos de fachada, as ONGs, mantidas na maioria por nacionalidades europeias, com origem em países colonialistas e devastadores, se “preocupam” agora com a ecologia amazônica. Destruíram fauna, flora e culturas seculares de astecas, incas e maias nas Américas e nas últimas décadas se mostram “sensibilizados” com a demarcação de terras indígenas.

Acreditem neles quem não estudou história das civilizações destruídas, das quais só sobraram ruínas, devastadas pela ambiciosa fúria do Velho Mundo. Usaram, à vontade, nosso ouro extraído no período colonial, e agora estão inconformados com a exploração racional de riquezas minerais dos tupiniquins.


O brado do Ipiranga precisa ter continuidade, não oculto nas iniciais D.P.A. e J.B.A.S., mas num contínuo alerta de Independência, explícito pelo povo brasileiro; autêntico dono das terras indígenas, demarcadas ou não, em verdadeira defesa da nossa ecologia e das reservas minerais cobiçadas pelas ONGs, financiadas pela nobre “pilantropia” estrangeira; e endoçadas pelo pseudos ecologistas de plantão, “fiéis defensores” do mico leão dourado da Terra de Santa Cruz.         

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