Segundo o Artigo 6° da Constituição
Federal do Brasil, a saúde é um direito inerente a todos os brasileiros. Desde
então tornou-se um “Tendão de Aquiles” para os governantes. Até então, as
classes menos favorecidas eram atendidas em hospitais filantrópicos na
categoria de “indigentes”, como uma conotação de caridade social.
O SUS
(Sistema Único de Saúde) deu aos usuários um status de convênio, com promessas
de amplos e seguros atendimentos em todos os hospitais brasileiros. Mas a
grande realidade nacional não coincide com os direitos assegurados. É verdade
que excepcionalmente intervenções consideradas de alta complexidade, que arcam
com valores diferenciados para profissionais e procedimentos sofisticados,
podem ocasionalmente ser disponibilizados pelo SUS.
A realidade
porem é muito diferente para as necessidades básicas de toda a população
humilde. Se mesmo quem dispõe de um convênio particular pago e muitas vezes
caro, é obrigado a entrar em filas de espera nos consultórios médicos de até
alguns meses, que dizer de pobres contemplados somente com cartões do SUS? Levantam
de madrugada para engrossar filas na esperança de uma atenção do profissional
médico para um atendimento de rotina e morrem em corredores hospitalares
aguardando vagas para internamentos.
As recentes
manifestações nas ruas no Brasil refletem um grande descontentamento com os
serviços públicos, especialmente na saúde. Procura-se desviar a atenção das
necessidades básicas com a promessa da importação de milhares de médicos cubanos
para a população carente. Além de terem uma formação suspeita, que adiantaria
se fossem competentes, se inexistem condições primárias hospitalares de
trabalho neste país?
Se a
medicina de Cuba fosse tão promissora, porque a presidente Dilma e o ex-
presidente Lula não trataram seus cânceres naquele país como o fez o finado
Hugo Chávez? Será que aqueles profissionais vindos para o Brasil só servirão
para tratar a população tantas vezes desfavorecida e não para os nossos governantes?
Porque se gastou bilhões de dólares em “pão e circo” na imatura construção de
estádios para as Copas, quando Saúde e Educação neste país são as piores do
mundo? A resposta está sendo dada nas ruas e na vertiginosa queda de
popularidade da “segunda mulher mais poderosa do planeta”.
De quem é a responsabilidade? Somos a quinta potência
econômica mundial, uma economia em crescimento e com uma agroindústria
altamente competitiva. Mas a nossa infraestrutura continua sendo de terceiro
mundo, educação e saúde pública decadentes, miseráveis; de primeiro padrão só
os hospitais de grandes centros ao alcance do bolso dos maiores empresários ou
governantes.
Somente
quando Saúde e Educação, ao invés de futebol, forem nossas prioridades, seremos
uma nação decente. Enquanto as atenções não forem centradas para as nossas
verdadeiras necessidades, melhor distribuição de renda e numa parcela real de
10% do PIB destinada para a Saúde e Educação, jamais deixaremos de ser um país
emergente de futuro distante, ou melhor ainda, sem futuro.